domingo, 22 de abril de 2012

São Luís, Maranhão, Brasil, 22-12-2012


É um bocadinho pedante dizer pizze em vez de pizzas e bruschette em vez de bruschettas, não é? Para o não ser teria de grafar pizas e brusquetas, mas não sei se alguém perceberia que estou a falar de um restaurante.

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O mega-festival de Heavy Metal, uma das provas provadas de que o turismo do Maranhão blá blá e o de São Luís blá blá blá começou mal; e tarde: cinco horas de atraso, bandas cncelaram a actuação por causa de não pagamento, instalações deficientes. Esta última é a minha favorita. Aquilo passa-se num terreno agrícola que tem "instalações para bois e cavalos" (estábulos e cavalariças). Durante o festival essas instalações são - ou seriam, mais provavelmente - usadas como "camping indoor". Mas a limpeza foi deficiente e nas cavalariças ainda havia "fezes de cavalo misturadas com a areia". Com entradas a 800 reais compreendo que os metaleiros pesados não tenham ficado muito contentes.

Mas é só uma impressão. Os jornais de hoje já falam daquilo como um sucesso, com um pequeníssimo espaço dedicado à explicação de uma das bandas que cancelou. Não cito, traduzo: sem pilim não há palhaços.

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Os cortes de luz na Pousada são frequentes. São provocados pela chuva, geralmente. Alguns são locais - só na pousada -; outros é todo o quarteirão que fica às escuras. 

Os jornais têm dois temas: o Estado, os vultuosos investimentos do Estado, as viagens, deslocações e inaugurações do Estado; e a corrupção,  desmandos, abusos do Estado. Mas tudo se passa como se estes dois temas fossem independentes um do outro, como se não houvesse pontes entre eles. Por vezes penso num cérebro no qual não há ligações entre os dois hemisférios.

A maneira mais rápida de transformar alguém num liberal convicto é pô-lo no Brasil dois meses.

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Uma das características do restaurante La Pizzeria (não é pedantismo; é o nome) é que não há um dia, um só, em que não falte qualquer coisa. Ou não há vinho, ou não há massas, ou lasagna em doses individuais, lasagna em doses duplas. Hoje não havia cervejas grandes - o que é aborrecido porque cada decilitro das pequenas custa 50% mais caro. Faltou também - isto pareceu-me mais siderante - gás para o forno onde fazem as pizze.

A mesa ao lado da minha - um grupo grande que devia ser de músicos do festival de heavy metal, e se não eram músicos eram festivaleiros - não estava muito contente; mas as pessoas eram surpreendentemente pouco agressivas (surprendentemente porque as roupas e os físicos levar-me-iam a pensar o contrário).

A falta de gás acabou por se resolver - uma história de garrafas, resolvida com a ajuda de um dos marinheiros da draga - ; e eu tinha pedido penne al ragú, o que ainda enfureceu mais os metaleiros pesados. Afinal eu cheguei bastante depois deles.

As encomendas deles chegaram; eu comi a minha massa - uma dose dupla que acabei por comer toda, porque estava cheio de fome e, ou, porque a dose não era bem dupla. Estavam deliciosos, os penne.

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