sexta-feira, 9 de março de 2012

Pequenos prazeres dispersos

Uma das poucas coisas de que gosto no Brasil - para além da capacidade das pessoas de entenderem e usarem a ironia - é poder comprar cigarros à unidade.

Sou um fumador mimético, a maioria das vezes; ou melancólico, outras, mais raras. Nos países em que não posso comprar um cigarro a um senhor que se passeia na rua com um tabuleiro cheio de cigarros, pastilhas elásticas e bombons sou obrigado a pedir um cigarro ou a comprar um maço - que depois perco, invariavelmente; ou dou a alguém.

Claro que é melhor não ser esquisito, e ter uma certa confiança no nosso sistema imunitário. No outro dia, por exemplo, não sabia que marca comprar, e o vendedor, gentilmente, propôs-me a marca mais cara. Mal pus o cigarro à boca vi que estava cheio de cravo e coisas do género. Devolvi-lho imediatamente (ainda não o tinha acendido, note-se) e pedi outro, mais barato.

A marca mais barata era vendida às três unidades, pelo que lhe ofereci dois (não os tinha posto na boca).

Ele agradeceu bastante os dois gestos. Mas sou capaz de apostar que os três cigarros voltaram illico presto para dentro dos respectivos maços. Alguém aceita a aposta?

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