segunda-feira, 26 de março de 2012

Alcântara, Maranhão, Brasil, 26-03-2012

De maneira foi por isso tudo que vim para Alcântara, do outro lado do rio. A ideia original era encontrar um hotel e uma praia, ambos com acesso à net, um livro e muito silêncio, ou assim.

Em Alcântara não há nada disso, e o livro só durou duas noites (O Livreiro de Cabul, numa tradução brasileira, óptima). Depois encontrei acesso à net, mas não praia nem silêncio.

Hoje fui dar um passeio pelo mangal, numa canoa, com Xico. Foi lindo. Pangaiei, eu que pensava estar cansado (e estou, ainda me doem os músculos todos). Acabei na praia, um longo passeio sozinho, leve, ventoso. Não era a praia que procurava, mas foi bom.

Estou feliz, de novo.

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Alcântara é uma cidadezinha pequena no outro lado da baía de São Luis. É um sítio "turístico" (as aspas são propositadas). Já foi rico, e desses tempos mantém duas igrejas lindas, muitos azulejos, algumas ruas calcetadas, e uma ponte-cais que hoje serve para visitas turísticas e antigamente exportava algodão, sal, e mais uma série de coisas que não recordo.

Em Alcântara há uma base de lançamento de foguetões (deve ser a resposta brasileira a Kourou) e chamaram alguns engenheiros ucranianos - parece que a coisa correu mal, no início -. Estive em duas pousadas até agora e qualquer das duas está cheia de pessoas dessa base. A boçalidade dos brasileiros a respeito de tudo o que lhes é estrangeiro é apreciável. Enfim, a boçalidade em geral dos brasileiros é apreciável (em todos os sentidos do termo. É bom não ter de ir sistematicamente à casa de banho para tirar as coisas que ficam entaladas nos dentes, por exemplo. É bom poder ser malcriado em público sem ser considerado malcriado, sobretudo sabendo que se está a ser malcriado).

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À partida a ideia era dormir muito, esquecer B. e engrossar-me gentilmente. Não consegui atingir nenhum desses objectivos, mas cheguei a um que não só não estava no programa como não esperava.






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