sexta-feira, 15 de março de 2013

Falmouth Harbour, Antígua e Barbuda, 15-03-13 / II

Um tema que me é caro: a hierarquia, o respeito, a obediência. Um marinheiro só reconhece uma hierarquia: a do saber; e só respeita quem merece ser respeitado - a quem não merece o mar encarrega-se rapidamente de pôr no seu lugar.

Nem hoje, com a disciplina a bordo muito mais institucionalizada do que no séc. XVII, um capitão faz o que quer da sua tripulação se não for por ela amado e respeitado. Em contrapartida, se o for é capaz de os levar a fazer tudo e mais alguma coisa, não há à face da terra ser mais leal do que um marinheiro.

As razões para isto são óbvias: o mar não se compadece com hierarquias baseadas em nomes, títulos, aldrabices ou seja o que for que não seja saber. E a sobrevivência depende do grupo, nunca de um indivíduo só.

A este respeito encontrei hoje duas passagens num livro que estou a ler, chamado The Command of the Ocean, A Naval History of Britain, 1649 - 1815.

O livro é monumental, em todos os sentidos do termo. Muito gostaria eu de ter uma coisa semelhante  em e sobre Portugal.

"Contemporaries were far more impressed by the Navy's relaxed, not to say chaotic discipline. By modern standards the authority of a sea officer was weak, and ships functioned at sea on an implicit basis of co-operation and consent which sprang from the experience of seamen bred from boyhood to the necessity of teamwork for survival."

" ...but he had wrecked the system of mutual respect on which all naval discipline ultimately rested."

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