quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Coral Bay, St. John, USVI, EUA, 23-01-2012

O Island Blues tem um site (www.island-blues.com, não há maneira de me entender com este teclado). Vale a pena visitá-los, o sítio e o site. É lá que estou agora, a beber um Painkiller. A minha senhora velhota é uma chata e hoje resolveu perder o hélice. Gosto muito dela, da minha senhora velhota, mas estou a perder a paciência, bem escasso já de si, não precisa destes ameaços constantes, raios as partam, à paciência e à senhora de idade.

De maneira continuo em Coral Bay, no Island Blues a beber Painkillers e a pensar no sofrimento, na dor e na relação entre os dois.

Isto vem a propósito de umas palavras rabiscadas esta noite, ainda tinha hélice e pensava sair hoje:

"Vim dormir para o poço; a noite está bonita de mais para estar enfiado num camarote minúsculo. Quarto crescente, vinte nós de vento sem vagas, que a baía é muito protegida, as luzes das casas nas montanhas à volta a apagar-se uma a uma, como se fossem divisões de uma vivenda gigantesca percorrida por um Tati distraído. O vento acaricia-me melhor do que muitas mãos, talvez porque tenha começado mais cedo.

"A dor é inevitável; o sofrimento opcional", dizia a tatuagem (enfim, uma das muitas tatuagens) de um tipo com quem naveguei estes dias. É uma palermice, claro. Só um palerma se lembraria de tatuar o corpo daquela maneira, e com idiotices daquelas. Se o sofrimento fosse opcional psicanalistas, bares, farmacêuticas e muitos escritores famosos estariam falidos, ou noutro ramo de negócio. O que é opcional é a exibição do sofrimento."

Ou do prazer, acrescento agora.

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