quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Cartagena, Múrcia, Espanha, 30-08-2012

29-08

Não sei se li, inventei ou deturpei que em Espanha só os tesos e os turistas é que se passeiam pelas ruas antes das cinco da tarde. Nós integramos às vezes uma dessas categorias e permanentemente a outra; hoje foi dia de dupla apartenencia:  andámos pelas ruas desertas de Cartagena até o próprio sol troçar de nós e nos refugiarmos na Heladaria Reina Sofia, que não é tão boa como o Santini mas está mais perto.

A cidade tem as ruas bem tratadas e os prédios mal; eu preferiria o contrário se pudesse preferir fosse o que fosse. Como não posso, limito-me a aceitar o facto simples e linear de que o fachadismo não é, nem de longe, pecha exclusiva dos nossos autarcas. 

O calor faz da luz uma coisa branca, leitosa, como se o sorvete de limão da Heladaria Reina Sofia tivesse derretido nas praças, nos prédios, nas ruas, nas árvores.

A sudoeste de Cartagena há um cabo chamado Tiñoso. Todos os cabos deviam chamar-se assim, por muito bonitos que sejam - e este é-o, quase tanto como o de S. Vicente, que, verdade seja dita, é muito mais tinhoso.



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