É a minha última noite em São Luís, ou penúltima quando muito. Dei por mim a pensar que fui injusto com a cidade. É-se sempre injusto com aquilo de que não se gosta - sobretudo quando não se gosta porque se foi injusto, mas isso são considerações a posteriori. Paciência. As coisas são o que são, e uma coisa que elas não são é justas. Soirée de quarta-feira na AVEN - hoje com pouca gente e com uma carne do sol absolutamente sublime, a melhor que comi desde que cheguei ao Brasil, em 1500; juntaram-se a nós três uruguaios, que estão a levar um motor-sailor Swan (menciono a marca porque juro que não sabia que a Swan tinha feito motor-sailors e muito menos há 30 anos). O skipper vive na Florida, tem uma empresa de moldes em carbono. Vão para Punta del Este com aquele enorme chaço - ninguém imagina o choque que é, a surpresa, o espanto poder (e dever) chamar chaço a um Swan -.
Fui jantar à tia Dica. Ando há não sei quanto tempo a pedir-lhe que me faça uma picanha só para mim, mas ela iniste que a dose é para duas pessoas. Hoje consegui demovê-la. A picanha estava excelente, a caipirinha melhor do que nunca. Até a música na rua estava boa; pelo menos pareceu-me. A tal ponto que daqui a pouco voltaria para lá, se não estivesse com tanto sono.
Assim vão os dias, e as noites. Fiz aquilo que devia fazer, apesar de nem sempre nas melhores circunstâncias. Talvez volte, um dia; talvez não. Pouco me interessa, na verdade; hoje corrigi uma injustiça e confirmei outra: o que é é o que somos; "o mundo é mais pequeno do que o viajante que nele viaja", como diz James Baldwin ("Voyagers discover that the world can never be larger than the person that is in the world"). Ainda bem. Que seria um mundo sem injustiças, que seríamos se não pudéssemos corrigir algumas delas?
Em breve estarei em St. Martin. Suponho que agora esteja mais silenciosa, com a época dar os últimos suspiros. Gostava de ir para o México, mas não sei para onde me mandará a vida, essa patroa bela e injusta.
Fui jantar à tia Dica. Ando há não sei quanto tempo a pedir-lhe que me faça uma picanha só para mim, mas ela iniste que a dose é para duas pessoas. Hoje consegui demovê-la. A picanha estava excelente, a caipirinha melhor do que nunca. Até a música na rua estava boa; pelo menos pareceu-me. A tal ponto que daqui a pouco voltaria para lá, se não estivesse com tanto sono.
Assim vão os dias, e as noites. Fiz aquilo que devia fazer, apesar de nem sempre nas melhores circunstâncias. Talvez volte, um dia; talvez não. Pouco me interessa, na verdade; hoje corrigi uma injustiça e confirmei outra: o que é é o que somos; "o mundo é mais pequeno do que o viajante que nele viaja", como diz James Baldwin ("Voyagers discover that the world can never be larger than the person that is in the world"). Ainda bem. Que seria um mundo sem injustiças, que seríamos se não pudéssemos corrigir algumas delas?
Em breve estarei em St. Martin. Suponho que agora esteja mais silenciosa, com a época dar os últimos suspiros. Gostava de ir para o México, mas não sei para onde me mandará a vida, essa patroa bela e injusta.
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