quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Palma de Maiorca, Baleares, Espanha, 01-11-2012

E pela primeira vez em muito tempo tenho uma gripe; uma daquelas teimosas. Já por duas vezes me levantei, e por duas vezes ela me mandou de volta para a cama. Odeio estar doente. Só me apetece estrangular os vírus todos um a um, afogá-los em chá de limão, besuntá-los de mel, engrossá-los com vinho tinto.

Triste maneira de celebrar o quarto de século da Tatiana, que o festeja hoje, coitada; mas enfim, o século tem muitos quartos, muitas salas, corredores, cozinhas, caves e sótãos. Temos muito tempo para explorar algumas dessas divisões.

Ao menos as escapadelas serviram para algumas coisas boas - uma das quais descobrir o Bar Dia, um prodígio de qualidade e preços baixos em plena Llotja, o quarteirão mais turístico de Palma; outra foi confirmar o Ca na Chinchilla como uma grande bodega - em itálico para não haver confusões. Fomos lá ontem para celebrar a partida do G. e da A. Vão para Antigua via Polónia (A. é polaca). Em breve seremos nós, espero; e que a nossa festa seja tão agradável como a deles.

É uma via crucis, mas pelo menos as estações são agradáveis.

Os nossos amigos vão-se todos embora; no final do mês que hoje começa pouca gente haverá que conheçamos. E poucos barcos, também. Temos duas semanas no máximo para encontrar um embarque. Felizmente, após uns dias de interrupção, reapareceram alguns quase. Gostava de confirmar um e depois ir a Portugal passar meia dúzia de dias. Parece-me um plano sensato e espero que o ou os tipos que coordenam as coisas lá por cima partilhem esta opinião. Se é que há alguém a coordenar isto, coisa em que nunca acreditei e cada vez menos.

Visto de longe e quase só pelos blogs Portugal é giro. Parece composto por bandos de galinhas que ouvem um grito num lado e fogem apavoradas, cacarejando muito, para o outro sem sequer tentar perceber o que foi esse grito; depois cheira a milho e lá vão todas, cacarejando muito outra vez, ver se lhes calha um grão. Andam sempre juntas, cacarejam sempre muito, não conseguem ir mais fundo do que o buraco que o bico faz no chão quando esgravatejam quaquer coisa para comer. Permanentemente entre gritos que as apavoram e  milho que as atrai.

E a cacarejar muito, sempre, ininterruptamente, indignadas.

De modo é assim: enterrar a gripe, arranjar um embarque e ir a Lisboa. Acordar no mar, que tanta falta faz. Pode começar já, por favor.

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