Trabalho, trabalho, trabalho. Vivo, respiro, como e bebo ARCTIC FRONT. Sábado chega o primeiro grupo. Não há dúvida: a esquizofrenia é um dom. Penso no que tenho de fazer até ir ao aeroporto buscá-lo, que é muito; e no que terei quando se forem embora. Felizmente são só três pessoas; se as coisas continuarem a correr como até agora têm corrido - quase bem de mais para ser verdade, no limite do irreal - não haverá problemas de maior. Bato na madeira.
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Não sei como dizer. A infelicidade cansa muito, é maçadora; a felicidade também, de certa forma: uma cansa-nos a nós, a outra aos outros. Talvez a melhor mistura seja a que agora vivo: um céu parcialmente nublado torna as cores mais vivas, melhora a luz, torna mais vivos os pormenores.
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Quepos é uma cidade pequena: aproximadamente quinze mil habitantes. Vive da proximidade com o parque nacional Manuel António. Ontem o proprietário da casa onde em breve (Allah u Aqbar) viverei mostrou-nos o trajecto até à entrada do parque. Hostels, restaurantes, restaurantes, hotéis, barracas de artesanato, hostels. Estranhamente não achei feio; ou porque acabei de chegar, ou porque de facto a mistura não choca, ou - sobretudo - porque significa que teremos mercado.
Não é chocante. Lembrei-me de Nosi Bê, em Madagáscar, infinitamente mais pobre mas igualmente harmonioso, bonito. Talvez o verde tenha esta inesperada (para mim) capacidade de integrar, absorver, digerir o frenesi e o tornar aceitável.
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Quando o ARCTIC FRONT estiver no estaleiro vou fazer uma viagem por terra pela América Central. E quando estiver assente aqui vou começar a fazer surf. A dicotomia cronológica não se manifesta apenas no trabalho; melhor: há muitas dicotomias.
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