sábado, 24 de novembro de 2012

Palma de Maiorca, Baleares, Espanha, 24-11-2012

A ideia era só escrever quando houvesse boas notícias; mas não as há. Só más e muito más, em todas as frentes. O R. B. escolheu outros tripulantes para a travessia e há cada vez menos barcos em Palma. As perspectivas de atravessar o Atlântico de barco são quási nulas.

As duas ou três últimas semanas foram difíceis: doença, hospital (por meia dúzia de horas, só; mas foram duras, as horas). E agora isto. Desta vez não posso correr com o tempo; e pôr-me de capa tão pouco. Há que continuar a marchar. Esperam-me uns dias largos de bolina, dias sem vento ou com ele a mais. Mas não podemos parar.

Sobretudo parar em Palma. Estou farto da cidade até à ponta dos cabelos e ela não tem culpa nenhuma - continua a cidade afável e bonita de há dois meses e meio. Mas os sítios onde estamos não são o que são, são o que nós somos, ou como nós estamos. "Não vemos as coisas como são, vêmo-las como somos", escreveu Anaïs Nin; ou como estamos, talvez seja mais exacto.

Só penso em Antigua. A ver se desta vez é tão bom como da outra; a ver se é lá que um dia terei um país. Algo me diz que não, que ainda não é desta. Mas é preciso ir ver.


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